Faz tempo que quero trazer esse papo pra cá: a Hering, aquela clássica do “combo moletom e camiseta”, está diferente. E não é só impressão. Tem mudança no styling, nas campanhas, no público que querem atingir — e, principalmente, na forma como se comunica.
Como consultora de imagem, adoro observar essas movimentações. Porque elas não falam só de moda, mas de comportamento, reposicionamento e das sutilezas que criam percepção de valor.
A seguir, te conto como interpretei esse novo momento da marca — e por que acho que ele diz muito sobre os caminhos possíveis para renovar sem perder a essência.
De cara, o que me chamou atenção foi o styling das campanhas recentes. A Hering continua sendo fiel ao seu DNA de básicos, mas agora essas peças vêm com uma modelagem mais atual, cortes repensados e uma pegada de tendência que não era tão presente antes. É interessante ver que as combinações estão mais ousadas e eles usaram muito como referência o styling da Miu Miu, que por natureza é uma marca cool e de vanguarda. Uma estética jovem, cool e bem pensada, que conversa com o que está rolando nas passarelas e nas ruas, mas sem perder o conforto.
Outro elemento que evidencia essa virada é a escolha das figuras que aparecem nas campanhas. Bruna Marquezine e Lívia Nunes, por exemplo, são nomes com forte apelo fashion. Não são só “celebridades”, mas sim ícones de estilo que ditam tendência e têm autoridade estética. A presença delas não é aleatória: é um convite direto para um público mais atento à linguagem da moda e que já espera encontrar esse tipo de referência em marcas globais e mais aspiracionais.
E se o rosto muda, a estética também acompanha. A direção de arte das campanhas está com cara de editorial de revista. O tratamento das fotos, os cenários, a iluminação e até a composição transmitem um ar mais sofisticado, que contrasta fortemente com a comunicação mais “varejista” do passado. É como se a marca tivesse olhado para o seu público-alvo com mais profundidade e percebido que o consumidor brasileiro amadureceu — e quer consumir o básico, sim, mas um básico com personalidade.

A reformulação também aparece no site e nas redes sociais: as fotos têm mais qualidade, a descrição dos produtos é mais completa e, em muitos casos, vem com vídeo mostrando o caimento das peças no corpo. Pode parecer detalhe, mas faz toooda a diferença para quem compra online - ter uma noção melhor do produto aumenta a chance de sucesso da compra. Além disso, colaborações com marcas jovens como NV e Cosmo adicionam uma camada de frescor e tendência.
Na minha leitura, a Hering entendeu que pode continuar oferecendo conforto e praticidade (que são seus pilares há décadas), mas agora com um toque fashion que agrega valor. A marca parece estar mirando em um público com maior poder aquisitivo, mas que ainda quer consumir com intenção. Gente que busca qualidade, estilo e versatilidade — tudo isso sem abrir mão de uma estética mais alinhada com o que se vê em marcas globais.
Por aqui, eu sigo de olho nesses movimentos, porque eles ajudam a entender como marcas consolidadas podem — e devem — se adaptar ao tempo, ao gosto e ao comportamento do seu público. Reposicionar a imagem sem perder a essência é um baita desafio, e quando isso acontece com sucesso, merece nossa atenção.
Até a próxima!
Adorei suas percepções (e adoro sua news 🤍), também observei a mudança na Hering e inclusive que eu comprei bastante lá no último ano! Hahaha
Amei a matéria, e concordo com todas a sua percepção ! Só muda a legenda das primeiras fotos, estão trocadas. Senão corria pra Hering pra comprar a bermuda caqui! Rssrs a comunicação esta muito acelerada, logo o que nos resta é o estilo! Bjs amei 🥰