como inovar sem perder a identidade
uma análise do caso da Louis Vuitton e da Chanel e o que a gente pode tirar pra nossa vida
Tudo começou quando na semana passada vi o vídeo de divulgação da coleção cápsula da Louis Vuitton em parceria com Tyler Okonma ( o rapper Tyler the Creator) que conta com roupas, bolsas e acessórios e uma campanha linda.
Colaboração boa é a que consegue unir o que as duas partes tem de melhor e beneficiar ambos lados, e foi isso que fizeram aqui. A gente consegue identificar os elementos tradicionais da Vuitton, mas com a pegada streetstyle e jovem do Tyler. Vale dizer que não é de hoje que a maison colabora com artistas e cria designs que se tornaram icônicos:



Pensa se não é um feito e tanto uma marca que foi fundada em 1837 continuar relevante e atual até hoje? E realmente muito impressionante, e me leva querer comparar com outra marca super tradicional, que é a Chanel, mas que nos últimos anos tem perdido um pouco de relevância fashion na minha opinião (e de acordo com o termômetro das publicações que acompanho). Veja bem, ela continua sendo uma das maiores marcas de luxo, mas tem penado em conseguir resgatar esse espírito inovador desde a morte do Karl Largefeld.



Os desfiles e campanhas da marca não geram mais tanta comoção, e vejo a Virgine Viard (diretora criativa e que foi assistente do Karl por anos) nessa dificuldade de trazer um ar jovial para a Chanel, por vezes repetindo criações do Karl e outras fazendo um styling de gosto muito duvidoso. E acho que nesse caso não tem um culpado só, é um misto de falta de estratégia com decisões criativas ruins.



Enquanto escrevia esta newsletter vi um estudo do Business of Fashion, veículo super conceituado na indústria que ilustra exatamente o que eu argumentei: que a Louis Vuitton consegue engajar e estar na vanguarda sem perder a essência, enquanto a Chanel até engaja, mas tem dificuldade de manter seu espírito vivo junto aos consumidores.
Enfim gente, é preciso fazer um parêntesis que essa análise é muito mais de moda do que de business, porque de acordo com essa notícia do BOF, as vendas da Chanel vão muito bem, obrigada. Mas achei interessante trazer isso aqui porque a Vuitton virou um case sobre modernizar sem perder a identidade. E fazendo um paralelo com nossa vida real, não é exatamente isso que a gente ta sempre tentando fazer com nosso guarda roupa? Se adaptar a estações, tendências, estilo de vida sem deixar de ser a gente mesmo.
E eu tenho certo pra mim que tanto no caso do nosso armário quanto das marcas de luxo o primeiro passo é conhecer muito bem a essência, os fundamentos, pra então pensar em qual caminho seguir. Autoconhecimento é transformador mesmo, na vida e na moda ;)
Até a próxima!
Beijos,